Como a Autocrítica Exaure a Criatividade — e o Que Fazer Sobre Isso
Acabei de escrever um texto.
Começo a editar.
De repente, os “e se” chegam como uma avalanche.
E se eu cortasse isso…? E se mudasse aquilo…? E se aproveitasse essa parte…? E se…?
No final, estou esgotado.
Poxa vida!
Foram apenas 25 minutos de escrita. Como isso pode me deixar tão cansado?
Então percebo: o cansaço não vem da escrita, mas de mim mesmo. É o meu crítico interno, um chicote invisível que tenta me moldar para parecer algo que talvez eu nem seja. Cada “e se” é um golpe. E, depois de tantos golpes, é claro que a gente se cansa.
Pausa. Respira.
De onde vem esse perfeccionismo? Vem do esforço de querer impressionar. É o medo disfarçado. Uma máscara para esconder uma insegurança que ainda está aqui, no fundo, esperando para ser vista.
Talvez você também passe por isso. Esse medo que se disfarça de rigor, aquela voz insistindo que não está bom o suficiente. Ela paralisa, transforma o trabalho criativo em um campo minado. Cada passo precisa ser calculado, e o prazer de criar vira uma busca desesperada por aceitação.
Eu sei, porque já estive aí. Mas aprendi algo importante: para superar essa paralisia, é preciso um pouco de coragem irracional. Sabe aquele medo do banho gelado? Só tem um jeito de superar: se jogar debaixo da água. Para superar o perfeccionismo, faço o mesmo — começo a escrever sabendo que vai ter falhas, erros, bagunça. Canso meu crítico logo no início.
Você pode tentar algo parecido. Pegue um caderno e registre seus pequenos passos, sem julgamentos. Só anote o que fez, mesmo que tenha sido pouco. Com o tempo, ao olhar para trás, verá que não se trata de ser perfeito. É sobre se permitir ser humano, com todas as suas imperfeições.
E talvez, só talvez, você perceba que o valor não está em parecer perfeito, mas em ser verdadeiro. Criar é um ato de coragem, não de controle. Que tal se jogar, hoje, e ver o que acontece?
Escrito por @jamesvasques
Publicitário, copywriter. Escreve sobre criatividade, autoconhecimento e comunicação.
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