Como a Busca por Aprovação Bloqueia a Criatividade
Coloquei-me para escrever.
Eu sabia sobre o que queria escrever, mas as ideias não vinham. Ou melhor, até vinham, mas faltava aquela grande ideia. Permaneci fixado nesse dilema por dias: um dia, dois dias, uma semana… e nada!
Foi então que me dei conta: o bloqueio criativo que tanto me atormentava nascia da necessidade de impressionar. Eu estava preso ao desejo de que minhas palavras fossem grandiosas, que causassem impacto, que recebessem aprovação. Queria aplausos. Era difícil admitir, mas eu queria agradar, e isso era o que me bloqueava. Na tentativa de ser visto, de ser admirado, eu tinha me afastado da essência do que eu realmente queria expressar.
Acho que muitos de nós tropeçam nesse ponto. Vivemos entre os valores da aparência e os valores da existência. Quando seguimos os valores da aparência, nos preocupamos incessantemente com o que os outros vão pensar. Nos tornamos escravos da aprovação, buscando elogios e toda sorte de validação. Isso pode parecer inofensivo, mas, na verdade, é um veneno que enfraquece nossa expressão criativa e nossa identidade. Quando nossa autoestima está ancorada no olhar do outro, nos tornamos vulneráveis a cada crítica ou rejeição.
Já os valores da existência nos convidam a agir pela coisa em si, sem segundas intenções, sem esperar aplausos. Eles nos pedem para nos expressarmos com sinceridade, para fazermos o nosso melhor simplesmente porque isso é o que somos naquele momento. Quando deixei de lado a necessidade de impressionar e perguntei a mim mesmo: “O que eu realmente quero dizer?”, as palavras começaram a fluir com naturalidade. Não porque fossem extraordinárias, mas porque eram autênticas.
Se eu fosse seu professor, eu diria: cuidado com essa armadilha. O seu bloqueio criativo, assim como o meu, pode estar exatamente aí, na vontade de agradar.
Talvez a verdadeira liberdade criativa seja exatamente isso: não a liberdade de impressionar, mas a de simplesmente existir em palavras, sem máscaras, sem a ansiedade de ser algo para os outros. A liberdade de ser você, em essência.
Então, eu pergunto: o que você realmente gostaria de dizer, se não precisasse agradar a ninguém?
Escrito por @jamesvasques
Publicitário, copywriter. Escreve sobre criatividade, autoconhecimento e comunicação.
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