Por Que ‘Viver para os Outros’ Pode Ser Perigoso para Sua Saúde Mental

Hoje, ao abrir minha caixa de entrada, me deparei com a newsletter do Henrique, do canal @viverdeblog.

Ele compartilhou uma história que me tocou profundamente, falando sobre sua luta contra o burnout, um mal que afeta cada vez mais pessoas em nosso tempo. 

Senti que precisava trazer essa reflexão para você, pois o que ele disse ressoou com algo que considero essencial: a diferença entre viver para corresponder às expectativas externas e viver em sintonia com nossas verdadeiras necessidades e desejos.

Henrique descreveu como passou anos sendo guiado por aquilo que podemos chamar de “pressões externas”, expectativas e demandas que vem de fora, seja da sociedade, do mercado de trabalho, ou até mesmo das pessoas próximas a nós. Essas pressões nos empurram a sempre querer mais – mais sucesso, mais reconhecimento, mais conquistas. É fácil cair na armadilha de acreditar que, se cumprirmos todos esses requisitos, seremos felizes e realizados. Mas, na realidade, isso muitas vezes nos leva ao esgotamento.

Por outro lado, há um caminho diferente, que podemos chamar de “necessidades internas”. Esse caminho é guiado por aquilo que realmente importa para nós, por aquilo que nos traz paz e satisfação genuína. Quando Henrique começou a ouvir essa voz interna – aquela que dizia para ele desacelerar, cuidar de si mesmo e redefinir o que era realmente importante – ele começou a se recuperar do burnout.

Essa jornada que Henrique compartilhou nos leva a uma reflexão importante:

  • Quantas vezes nós ignoramos nossas necessidades internas em prol das pressões externas?
  • Quantas vezes sacrificamos nosso bem-estar na tentativa de atender expectativas que, no fundo, nem sequer são nossas?

É fundamental que aprendamos a reconhecer essas pressões externas e não deixemos que elas nos guiem cegamente. Precisamos nos conectar com nossas necessidades internas, que são aquelas que realmente nos fazem bem, que nos trazem realização verdadeira e duradoura. Essa é uma escolha que pode nos salvar do esgotamento e nos trazer uma vida mais equilibrada e significativa.

Se você se sentiu tocado por essa reflexão, convido você a ler o texto completo do Henrique, disponível logo abaixo deste texto.

Vale a pena mergulhar mais fundo nesse tema e refletir sobre como podemos ajustar nossas vidas para estarmos mais alinhados com aquilo que realmente importa.

Leia abaixo, o texto escrito por Henrique Carvalho (@viverdeblog)

Burnout: O mal do século

Era uma linda tarde ensolarada de domingo.

De repente, meu coração pulou da primeira para a quinta marcha.
A respiração ofegante. Falta de ar. Dor no peito.

Corri na internet e pesquisei sobre distúrbio mental, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico.
Quanto mais pesquisava, mais nervoso ficava.
Parecia que a qualquer momento teria um ataque cardíaco.

“Como vou sair disso?”
Estava desesperado enão sabia o que fazer.

Será que estou doente?
Será que vou vomitar?
Será que devo ir para o hospital?
Será que minha hora de partir já chegou?

Estava inundado com milhares de pensamentos e não podia pará-los.
Tentei desesperadamente encontrar uma maneira de escapar desse labirinto mental.

Quanto mais tentava bloquear os pensamentos, mais eles vinham com força.

Deitei na cama, fechei os olhos.
Respirei profundamente.
Lentamente, os batimentos caíram.
Depois de uma hora, consegui dormir.

Acordei melhor após algumas horas. Porém, preocupado.
Afinal, estava sozinho em meu home office.
Trabalhava em um novo projeto para melhorar o caixa da empresa.

 

Uma meta imbecil

Era 2018. Tinha 18 pessoas na equipe.
Produzia conteúdos, produtos e eventos como se fosse uma linha de montagem.

Tinha uma meta imbecil.
A tal “Dominação mundial”:
Impactar 1 bilhão de pessoas.

Meu ego queria aplausos, elogios e reconhecimento de muitas pessoas.
Ele tinha necessidade em se mostrar melhor que outros empreendedores.

Não bastava trabalhar da hora que acordava até a hora de dormir.
Precisava também ocupar todo final de semana com trabalho.

Investi mais em tráfego, cresci equipe, contratei novas ferramentas.
Elevei meus custos mensais para 300 mil reais.

Porém, o faturamento dos meus lançamentos estavam em queda livre:

  • De 1 milhão para…
  • 750 mil para…
  • 500 mil para…
  • 250 mil.

Tive prejuízos durante meses seguidos na empresa.
Estava tão cego pelas vontades ocultas do meu ego que aportei dinheiro da Pessoa Física para estancar o sangramento da Pessoa Jurídica.

Misturar as contas é o erro clássico do empreendedor.
E lá estava eu, com quase uma década de experiência, caindo nessa perigosa armadilha.

A pior decisão quando você está no vermelho é buscar mais faturamento.
Todo aumento de receita é seguido do aumento de custo (impostos, taxas, ferramentas).
Mas todo corte de custo é limpo. Afinal, são as últimas linhas no DRE.

Cortei meu juízo, mas não cortei gastos.
Fui atrás de vender e aumentar a receita da empresa.

Transformei meu calendário em um jogo de Tetris.
Encaixava projetos, reuniões e tarefas até o último espaço disponível.

Para piorar, parei de treinar, de comer bem, de praticar esportes e meditar.
Acordava cedo e dormia tarde. Trabalhava o máximo que conseguia.

Não havia folga, descanso ou tempo para refletir.
O trabalho era intenso de domingo à domingo.

 

 

A conta mais cara que a vida te cobra

A conta não fechava.
Tinha um custo mensal de 300 mil reais.
E uma receita de 250 mil vinda de lançamentos a cada três meses.
Não havia outra opção: O botão de pânico foi acionado.

Minha injeção pessoal de caixa na empresa já havia secado.
No auge do furacão, olhei minhas contas PF e PJ juntas e o saldo era:
200 mil NEGATIVO. Em uma tonalidade vermelha impossível de ignorar.

Meu cortisol até hoje aumenta ao ver um sinal negativo à frente de qualquer número. Tal momento foi como uma porrada no estômago.

Meu coração pulava batidas.
Meus olhos não paravam de tremer.
Minhas veias na testa estavam saltando.

A ansiedade se tornou incontrolável.
Faltava ar. Achava que minha glote estava fechando.

Comecei a ter crises de insônia.
Não conseguia pegar no sono porque achava que poderia não acordar no dia seguinte. Quando deitado, conferia meus batimentos no Apple Watch:

80 BPM. Está muito alto. “Estou deitado, isso não é normal. Como é possível?”

50 BPM. Está muito baixo. “Meu coração vai parar?”

Minha mente não conseguia encontrar razão em um sentimento que desconhecia.
Era como se meu corpo estivesse pegando fogo lentamente.
Uma sensação de desgaste físico, mental e emocional.

 

 

A competição fálica e a inflamação masculina

Homens são forjados para não reclamar, não pedir ajuda e não demonstrar fraqueza, apesar de todos os sinais contrários.
Não é à toa que, em média, mulheres vivem sete anos a mais que homens.

Não pedi ajuda. Tentei aguentar, suportar, resistir.
A insônia abriu a porta para uma síndrome do pânico.

Comecei a escutar barulhos de sirenes todos os dias.
Acreditava que uma ambulância viria me buscar na hora certa.

Mal conseguia sair de casa. Evitava ao máximo contato com pessoas.
Não queria ser visto nesse estado.
Parei de ir ao barbeiro cortar meu cabelo.

Morava numa cobertura, mas parecia um ermitão.
Isolado, ignorando os cuidados pessoais básicos.
Até que um dia, precisei sair da caverna.

Encontro do Platinum, Mastermind do Érico Rocha.
Entrei nesse grupo em 2014 e nunca havia faltado um dia.
Eram apenas três encontros no ano e pagava em torno de 100 mil reais por ano para estar lá.

Decidi ir. Peguei o Uber até o evento.
Na primeira curva, minha mente imaginou o carro capotando comigo dentro.

Chegando no evento, não deu uma hora de palestras e…
GULP!
O coração saltando pela boca.
A respiração ofegante.
A visão escurecendo.

“Ah não… é a primeira vez que isso vai acontecer em público”.
Corri para o quarto do hotel.
Só pensei em uma estratégia que funcionava nestes momentos: dormir.

Lembro de me culpar por estes momentos.
Estava num grupo de empresários com faturamento acima de dois milhões por ano. E lá estava eu com mais de três milhões faturados, mas com caixa negativo. E, pior, tendo ataques de pânico.

Quase dez anos participando desses grupos, é nítido observar uma competição fálica.
Você é avaliado pelo seu nível de faturamento, não pelo seu nível de conhecimento.

Conheci pessoas que tiveram AVC. Outros, depressão.
E alguns que ficaram dias internados em hospital após um infarto.

Por que as placas de faturamentos estampadas na parede são mais valorizadas que saúde, família e autoconhecimento?

Voltei desse evento percebendo que estava vivendo o sonho de outras pessoas.

  • “Eu quero ter uma empresa que impacta 1 bilhão de pessoas?”
  • “Eu estou disposto a trabalhar insanamente para subir um degrau de faturamento?”
  • “Eu valorizo mais uma placa de conquista que meu bem-estar?”

A resposta era um grande NÃO.

 

Identificando uma doença silenciosa

Cansei de bancar o “forte” e resolvi ir ao médico.
Fui à dezenas deles. Fiz vários exames no coração.
O resultado? Descobri que tenho coração de atleta.

Eu não conseguia acreditar.
Sentia que minha vida estava se despedindo e o resultado dos exames é ter ótima aptidão para os esportes?

O médico me receitou Omeprazol, Valeriana e uma bombinha de ar, caso tivesse uma crise respiratória.

Não me contentei com o diagnóstico.
Conversei com amigos e familiares.
Li alguns livros, pesquisei na internet.

Até finalmente encontrar um termo até então desconhecido para mim:
Síndrome de Burnout.

Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico.

Surge do consistente trabalho desgastante, demandando muita competitividade e responsabilidade.

BINGO! Era isso.

Li como o Burnout se manifesta e me identifiquei ainda mais:

Isolamento dos colegas de equipe;

Dificuldade para se concentrar;

  • Mudanças bruscas de humor;
  • Agressividade e irritabilidade;
  • Ansiedade e depressão;
  • Ausências no trabalho;
  • Lapsos de memória;
  • Baixa autoestima;
  • Estresse crônico;
  • Fadiga extrema;
  • Pessimismo.

E também descobri que existem os 12 Estágios do Burnout:

  1. Excesso de ambição;
  2. Esforço para trabalhar mais;
  3. Negligência com cuidados e necessidades pessoais;
  4. Deslocamento ou conflito;
  5. Ausência de tempo para necessidades não relacionadas ao trabalho;
  6. Negação;
  7. Cancelamento;
  8. Mudanças de comportamento;
  9. Despersonalização;
  10. Vazio interno;
  11. Depressão;
  12. Colapso ou exaustão mental ou física.

Percebi que estava no nível 10 nessa escala.

Refletia: “Quem eu sou? Qual é o propósito da vida? O que desejo?”

Não sabia responder.
Era como se estivesse interpretando um papel que me deram para encenar.
Tudo parecia falso. Não era feliz. Tinha vontade de parar tudo e sumir.

Depois, descobri que 30% dos brasileiros sofrem de Burnout.
E que o Brasil é o país em 2º lugar no ranking de trabalhadores com essa síndrome, perdendo apenas para o Japão.
E somente após o dia 1º de janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout foi reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

O Paradoxo do Burnout (Stress bom e ruim)

Culpava o stress como principal causa do Burnout.
Até ler uma frase que transformou minha visão para sempre:

“O problema não é o stress, é a falta de recuperação.”

Poderia o stress ser bom?
Seria ele um mal necessário?
Há um limite para quantidade de stress?

O pesquisador Robert Sapolsky, autor do livro “Por que Zebras não têm úlceras” encontrou a resposta.

Quando um leão corre atrás de você na Savana, o stress é essencial para sua sobrevivência.

Ele prepara todos seus músculos para se mover rápido.
Seu coração pula pela boca e sua pressão vai às extremidades.

Logo, a glicose é liberada na corrente sanguínea para movimentar os músculos o mais rápido possível.
Porém, ele também desliga certas partes do seu corpo, como a sensação de fome, seu sistema imune e até sua libido.
Afinal, nada disso importa se em 10 segundos você virar almoço para o leão.

A espécie humana evoluiu com base no stress.
Antecipar um problema gera stress e garantiu a sobrevivência de muitas tribos.

Hoje, estamos livres dos ataques de leões.
Mas nunca estivemos tão estressados como antes.

O que aconteceu?
O stress sinaliza e evita perigos.

Antes, o perigo era um leão.
Hoje, é a rejeição, a inadequação, o isolamento social.

Antes, o stress te ajudava a se livrar do perigo em alguns segundos.
Hoje, o stress pode se tornar crônico e duradouro.

Uma apresentação para pessoas importantes que você fará no dia seguinte.
O fim de um relacionamento após 10 anos.
Uma comparação invejosa sobre o estilo de vida de outra pessoa.

E assim, de forma silenciosa, sua imunidade baixa.
Sua pressão aumenta.
Sua fome some.
Sua libido despenca.

É nesse ponto que o stress se torna um problema.
Um grande problema.

Portanto, o stress não é um problema.
As expectativas idealizadas e as necessidades de controle extremo que criamos ao nosso redor é o problema.

Logo, desenvolvi stress crônico e ganhei de presente uma gastrite nervosa:

(1) Ao pegar emprestado sonhos de outras pessoas e idealizar a expectativa de atingir um bilhão de pessoas.

(2) Ao buscar controlar de forma extrema o faturamento da minha empresa, ignorando o corte de custos, procurando vender de qualquer maneira.

O Burnout foi a melhor solução que meu corpo encontrou para que pudesse parar de cavar minha cova.

 

Como iniciei minha recuperação (mente, corpo e espírito)

Assim como o stress pode ser bom ou ruim,o Status do fluxo também possui uma consequência negativa.

Após grande dose, ele gera um esgotamento, como uma ressaca.
Você não consegue sustentar de forma natural um foco extremo por dias seguidos. (Alô galera que usa Vevanse)

Logo, sua recuperação é tão importante quanto presenciar o estado de Flow.

Voltando à frase: “O problema não é o stress, é a falta de recuperação.”

Você sabe que precisa descansar após um treino intenso para seus músculos recuperarem e crescerem.

Mas por que ignoramos o descanso da mente após um longo período de trabalho?
Por que brincamos de Tetris com nosso calendário?
Por que marcamos tantos compromissos sabendo que teremos grande dificuldade em realizá-los?

Antigamente, o leão corria atrás de nós.
Hoje, nós criamos esse leão.

Porém, ao invés de ser um perigo momentâneo, ele é como a radioatividade.
Um pensamento negativo que não vai embora.
Invisível, mas sempre presente, causando severos danos ao nosso bem-estar.

Mas então, o que fiz para me recuperar do Burnout?
Precisei transformar drasticamente meu estilo de vida.

Adotei o mantra que compartilhei na edição sobre hábitos:
Hábitos fáceis, vida difícil. Hábitos difíceis, vida fácil.

Na vida pessoal:

(1) Voltei a treinar na academia, correr no parque, regrar alimentação, meditar e dormir mais de sete horas.

Você não ascende ao nível de seus objetivos. Você cai pelo nível de seus sistemas.” ~James Clear, no livro Hábitos Atômicos.

Todos desejamos ter uma boa alimentação, um corpo saudável e uma mente sã. Porém, quase ninguém está felizes com seus resultados.

Logo, trace menos metas, organize melhor seus sistemas e cultive bons hábitos.

Um amigo compartilhou essa frase comigo:
“Quando você acha que não tem 10 minutos para meditar, é justamente nesse momento que você deveria meditar 20 minutos.”

Direção é mais importante que velocidade.


Afinal, ir na direção errada mais rápido só irá te atrasar.
A vida não é um sprint, mas sim um conjunto de várias maratonas.

(2) Comecei o projeto 7em7: Viagens de sete em sete semanas.

Desde o Burnout, não encaixo viagens nas brechas do trabalho. Encaixo o trabalho nas minhas brechas de viagens.

Travo uma data no calendário para descansar a mente, o corpo e o espírito.
Viajar é conhecer novas culturas, novas pessoas, novos lugares.

Logo, também é um excelente momento para você refletir sobre suas decisões.

A clareza não surge escalando uma montanha, mas quando você tem a melhor visão no topo dela.

Os pontos de virada mais importantes da minha vida e negócio nasceram nessas viagens.
Seja caminhando ao pôr do sol na praia.
Seja relaxando em uma jacuzzi à noite.
Seja apreciando um jantar à luz de velas.

(3) Sai da caverna de trabalho para a natureza. Do mundo fechado para o aberto.


Uma vez ouvi meu amigo Murilo Gun falar:
“Na natureza não há julgamentos”

Esse é o tipo de frase que não tem significado para alguns.
Mas, para mim, foi ressonância pura.

Comparar é julgar.

Quando estamos entre pessoas, a comparação é inevitável.
Categorizamos homens, mulheres, idades, alturas, personalidades.

Porém, você não julga uma árvore por sua altura, sendo menor que outra.
Assim como você não julga uma árvore por ter folhas brancas, amarelas ou vermelhas.
E também não julga uma árvore por dar frutos mais rápido que outra.

A natureza te convida para a harmonia.

Um ecossistema em constante mudança.
Mas sem comparações, sem julgamentos.

Logo, caminhar em parques, mergulhar em cachoeiras, pegar sol em praias foram o melhor remédio que precisava para me curar do Burnout.

Já na vida profissional:

(1) Reduzi pela metade a carga de trabalho

Já escrevi sobre a Lei do Esforço Inverso.
Quanto mais trabalhava, menos resultado tinha.
Com um faturamento menor e despesa maior, precisei demitir metade da minha empresa.

O primeiro pensamento após o corte foi:
“Vou ter muito mais trabalho agora”.

Porém, cavando as tarefas que me foram deixadas, percebi diversas ineficiências. Tarefas que eram bem feitas pelo time, mas não geravam resultado. Cortei tudo que não era essencial.

Por conta da ansiedade, trabalhei apenas meio período, finalmente descansando sábado e domingo.
E mesmo assim, vi minha empresa aumentar o faturamento em 33,08%e olucro em 272,95%.

Fazer mais em várias direções é o caminho mais rápido para o fracasso.
Fazer o essencial em uma única direção é o caminho para o inevitável sucesso.

(2) Parei de fazer lançamentos

Fazer lançamentos é como ter uma fábrica de carros, já que você precisa montar um novo carro à cada mês.

Porém, um funil de vendas é como ter uma oficina mecânica onde você melhora várias partes do mesmo carro, sem precisar construí-lo do zero.

Como cada ponta do funil (anúncio, página, email, comparecimento, checkout) te entrega métricas diárias, o resultado evolutivo em três meses é gritante.

Comecei com um funil que faturava 50k por mês.
Três meses depois, ele estava faturando 180k por mês com as melhorias em cada uma das pontas desse funil.

Essa metodologia de vender todos os dias ao invés de vender apenas em uma semana me deu a tranquilidade que precisava para tomar decisões com mais clareza.

Inclusive, economizar em torno de 400 mil por ano implementando otimizações tributárias e financeiras.

(3) Organizei um método inovador de gestão.

94% dos problemas de gestão são processos. Apenas 6% são pessoas.” ~ William Edwards Deming

Um chefe culpa à todos (exceto a si mesmo) quando sua empresa afunda.
Um líder pode culpar seus colaboradores pelas suas falhas.
Já um líder nível 4 ou 5, sabe que, na essência, um erro do seu colaborador é um erro do seu processo de contratação.

Antes do Burnout, estava “delargando” atividades demais.
Quando o resultado não vinha, apontava mais dedos para o time que olhava para dentro, falhando como líder.

Fazia atividades no piloto automático sem qualquer processo.
Não era de se admirar porque a empresa estava sangrando 300 mil por mês e o faturamento lutando para acompanhar.

Após as demissões, decidi enfiar meu nariz nosmelhores livros de gestãoque encontrei.

Recomendo a leitura deles na seguinte ordem:

Propriedade Extrema ~Jocko Willink

  1. A Dicotomia da Liderança ~Jocko Willink
  2. De bom a ótimo ~Jim Collins
  3. Comece pelo porquê ~Simon Sinek
  4. O Código da Cultura ~Daniel Coyle
  5. Admirável Novo Trabalho ~Aaron Dignan
  6. Retrabalho ~Jason Fried
  7. Não precisa ser uma loucura no trabalho ~Jason Fried
  8. As cinco disfunções de uma equipe ~Patrick Lencioni
  9. Organizações Exponenciais ~Peter Diamandis

Mergulhei também em diversas metodologias de gestão, contratei um coach executivo por 10k/mês e completei quase uma década gerindo pessoas.

Cometi erros clássicos. Outros idiotas. E alguns inocentes.
Mas aprendi na marra como fazer uma gestão eficiente sem precisar microgerenciar colaboradores.

Hoje, uso o que chamo do Triângulo da Gestão Eficiente.
Os 3As que me permitem crescer a empresa, saindo muito da área “fazer” para focar na área “pensar”.

Um papel bem mais estratégico e menos operacional.
Como esse é um assunto reservado para empresários(as) com uma dor muito específica, não irei aprofundar aqui na newsletter para evitar o sono profundo da maioria dos leitores.

 

A felicidade é a nova produtividade

Fotos com sorrisos abertos, pessoas bonitas e lugares paradisíacos.
Isso é o que vemos ao abrir o Instagram.
Uma visão distorcida da realidade.

Ao mesmo tempo, nunca se viu tantos casos sobre ansiedade, depressão e burnout.

As pessoas estão mais ansiosas hoje dentro do seu confortável lar com um celular na mão que no período medieval com a peste negra dizimando milhões.

Antigamente, o leão corria atrás de nós.
Hoje, nós criamos esse leão.

E uma das formas mais simples e efetivas que encontrei para driblar a comparação, o julgamento, o FOMO (fear of missing out), foi esse conceito:

A felicidade é a nova produtividade.

Invisto em torno de 2-4 horas para preparar, escrever, revisar e publicar cada edição dessa newsletter.

Não há felicidade maior que escrever essa newsletter.
A escrita é terapêutica. Um remédio para a alma.
Ela permite nos conectar com as profundezas de nossa alma.

Logo, cada texto publicado é como encontrar mais uma peça do meu quebra-cabeça. Também é expandir um pouco adiante o limite do conhecimento.
E perceber que, quanto mais você estuda e traduz pensamentos em palavras, menos você sabe sobre o mundo.

Menos respostas prontas. Mais perguntas curiosas.

Há uma felicidade em não estar certo sobre tudo.
Há uma felicidade em ser um estudante da vida, aberto para o incerto.

No livro “Happier, no matter what”, o autor Tal Ben-Shahar separa a felicidade em cinco categorias:

Espiritual: encontrar sentido na vida, no trabalho e em casa.

  1. Física: buscar momentos de recuperação para evitar o estresse.
  2. Intelectual: despertar a curiosidade (pessoas que perguntam mais não apenas são mais felizes, mas vivem mais).
  3. Relacional: o indicador #1 da felicidade é passar tempo de qualidade com quem se preocupa conosco.
  4. Emocional: praticar a gratidão constantemente. Quando apreciamos tudo de bom que ocorre em nossas vidas, tendemos a ter mais destes momentos.

Gosto dessa frase conclusiva de Ben-Shahar:

“Eu não acredito que tudo acontece na vida para o nosso melhor. No entanto, podemos aprender a tirar o melhor proveito de tudo que acontece na vida.”

Demorei seis meses para resetar meus níveis de ansiedade.
Acredito que me curei do Burnout.


Logo, desejo que você não precise trilhar esse mesmo caminho.

Ao mesmo tempo, as cicatrizes emocionais que ele me deixou foram o propulsor para uma vida com melhores hábitos, mais leveza e mais harmonia.

Porém, caso você sinta que está tendo dificuldades em lidar com suas emoções e pode estar sofrendo de um Burnout, não se preocupe.

Estes são os conselhos que gostaria de ter escutado e espero que te encontrem em paz:

  1. Peça ajuda profissional: Procure terapia. Nenhum sucesso financeiro compensa um colapso mental e emocional.
  2. Corte tudo que não é essencial: Seja no trabalho ou na vida, menos é mais.
  3. Invista em sua recuperação com a mesma energia que você investe na sua ação: O problema não é o stress, é a falta de recuperação.
  4. Bancar o(a) forte nestes momentos não é grandeza, é burrice: Se você cogita estar com Burnout, chances são que essa Síndrome já te pegou.
  5. Realinhe seus hábitos: Você não ascende ao nível de seus objetivos. Você cai pelo nível de seus hábitos e sistemas.

Você pode estar com ansiedade, mas isso não significa que você é ansioso(a).

Não confunda seu momento com sua identidade.

Fases passam. Você permanece.

Escrito por

Publicitário, copywriter. Escreve sobre criatividade, autoconhecimento e comunicação.

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