Na minha jornada, entre saltos e quedas, idas e vindas, entre momentos de alívio e angústia, orava em busca de uma explicação que acalmasse a ansiedade que sentia em relação à vida presente.

Encontrei alento quando li num livro que encontramos mais sentido na vida quando entendemos de que forma as situações indesejáveis nos ajudavam a lapidar o que temos de melhor para oferecer.

Havia encontrado uma resposta interessante, todavia, algo ainda me incomodava. Havia algo que me mantinha preso num indesejável estado de ser.

Naquele momento aprendi com o guia do Pathwork que a vida é um reflexo da nossa realidade interior. É assustador e preocupante ver as coisas dessa maneira, entretanto, me dispus a observar.

Naquela época estava morando sozinho, trabalhava sozinho, solteiro, tinha pouco contato com a família. Esse era o contexto.

Cultivava uma acentuada visão de vida autocentrada, que segundo o livro, me impedia de ver a realidade em sua plenitude, experimentando assim uma série de sentimentos negativos que emergem a partir desta limitação.

Não se trata de autocensura ou acusação moral, mas sim de um conflito filosófico que poderia resolver caso quisesse de fato obter mais sentido em relação à vida presente.

Percebi que na raiz dessa questão haviam diversos medos que me impediam de transitar para esse novo estado de ser.

Atentei que tinha medo de me entregar e me arrepender, medo das mudanças, medo do autoengano, medo de perder o controle dentre tantos outros medos. Como haveria de sanar tal conflito com tanto para ver?

A solução era enfrentar e compreender meus medos e suas origens. Render-se a essa realidade é aterrorizante na medida que passamos a perceber o quão dolorosa pode ser essa experiência no começo.

O que parece ser a morte para o nosso ego, é na verdade, o nascimento de algo mais profundo, pois é quando passamos a nos reconhecer como parte integrante do todo.

Se tornar capaz de sentir, viver compartilhar o que temos de melhor e evoluir em direção a essência é a recompensa que recebemos por enfrentarmos e compreendermos nossos medos e suas origens.