Liberdade e Autorresponsabilidade – Criar com Propósito e Poder

Em 2011, animado com a ideia de ganhar dinheiro pela internet, escrevi meu primeiro texto. Enviei para um amigo, esperando algum incentivo, mas recebi uma crítica desanimadora: “Parece que você escreve sorrindo.” A frase me desconcertou. Eu não sabia o que aquilo significava, mas senti o impacto. Travei. Parei de escrever.

Alguns anos depois, um amigo jornalista leu outro texto meu e comentou: “Sabia que os defeitos da sua escrita têm origem na sua formação?” Foi a primeira vez que me dei conta do impacto das minhas experiências passadas na qualidade da minha escrita.

Essas críticas me fizeram questionar: “Como corrigir algo que foi moldado durante anos no Ensino Fundamental e Médio?” Naquele momento, culpei tudo e todos: meus pais, professores, o sistema. Essa postura alimentou minha inércia por muito tempo.

Quando decidi viver da escrita, ficou claro que eu precisava enfrentar esse bloqueio. Fiz cursos, li livros e escrevi todos os dias. Foi um processo longo, mas hoje entendo que o maior obstáculo não era a falta de técnica – era a vitimização que eu alimentava.

Olho para o James daquele tempo e vejo um jovem cheio de boas intenções, mas aprisionado por duas forças. A primeira, as circunstâncias reais: abandono paterno, pobreza, professores distantes. A segunda, e mais poderosa, era a crença de que tudo isso definia meu futuro. A culpa que eu jogava no passado reforçava a ideia de que o poder de mudar não estava nas minhas mãos. A vitimização nos mantém presos à inércia, bloqueando assim nossa criatividade.

Foi libertador perceber que, apesar das dores, eu podia agir sobre o que a vida havia feito comigo. Assumir a autorresponsabilidade foi libertador. Não foi fácil; envolveu terapia, aprendizado e prática consciente. Mas, a cada passo, percebi que minha liberdade crescia à medida que eu assumia o controle.

Hoje, entendo que liberdade e responsabilidade andam juntas. Ser livre não é viver sem limites, mas escolher conscientemente e aceitar as consequências dessas escolhas. É um paradoxo: quanto mais queremos liberdade, mais precisamos abraçar a responsabilidade.

Se você sente um bloqueio criativo que parece impossível de superar, talvez ele esteja ligado a essa sensação de vitimização. A boa notícia é que isso tem cura. É possível transformar dores, superar medos e sair dessa prisão interna.

Se eu fosse o seu professor, diria para você: “O que você pode fazer hoje para começar? Divida o caminho em pequenos passos: leia um livro, peça ajuda ou simplesmente escreva, sem esperar perfeição.” Cada ação conta. Reconheça o impacto positivo dessa escolha e veja como, pouco a pouco, a liberdade cresce quando a conquistamos com responsabilidade.

Criar com propósito e poder começa assim: com a coragem de escolher. E essa escolha está em suas mãos.

Escrito por

Publicitário, copywriter. Escreve sobre criatividade, autoconhecimento e comunicação.

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