Uma vez, encontrei-me diante de uma situação intrigante: meus impostos e documentos do carro estavam atrasados, e eu tinha dinheiro no banco para eliminar esse problema, no entanto, não conseguia tomar a iniciativa para resolver essa pendência.

Eu costumava me justificar, dizendo que a falta de tempo e outras prioridades urgentes estavam me impedindo de resolver a questão. Mas, sendo honesto, não quero gastar seu tempo neste texto com minhas desculpas.

Eu sabia que a bagunça em minha vida refletia a minha confusão interna, mas não entendia totalmente como isso estava me afetando. Essa preocupação me assombrava de forma constante.

Quando dirigia, temia ser parado em uma blitz. Eu evitava certas rotas e lugares, preocupado com as possíveis consequências.

No meio da turbulência da vida, eu não percebia o quão profundamente essa ansiedade estava minando minha concentração e esgotando minha criatividade, devido à desordem que eu sabia que existia.

Normalmente, em meus textos, trato dos assuntos de maneira mais positiva. No entanto, hoje, sinto-me incapaz de fazê-lo. Ainda luto para colocar as coisas em ordem, mesmo tendo os meios para isso. Esta é a minha verdade, e é com sinceridade que a reconheço.

Entendo que falar sobre “ordem” pode parecer pedante e desconectado das grandes questões relacionadas à criatividade, espiritualidade e à vida em geral. No entanto, é inegável que as grandes questões frequentemente têm suas raízes nas pequenas.

Estou sendo franco porque acredito que a sinceridade seja o primeiro passo para superar minha resistência e caminhar em direção às mudanças que desejo.

Para isso, dedico parte do meu dia à busca da organização, às vezes de uma maneira tensa, às vezes de forma mais tranquila.

E você, de que maneira lida com a ordem e a desordem na sua vida? Tem conseguido ser leve e tranquilo em relação a isso?