Há tempos atrás, me deparei com o conceito japonês do Ikigai, segundo os japoneses, alcançamos o Ikigai quando nosso propósito se entrelaça harmoniosamente com nossa paixão, missão de vida, vocação e carreira. Eles afirmam que todos possuem um Ikigai, cuja descoberta requer uma jornada profunda e, por vezes, longa, de autoconhecimento.

No entanto, surgiu recentemente um pensamento intrigante sobre o Ikigai. As doutrinas espirituais incentivam um alinhamento entre nossa vontade e a vontade divina, exemplificada na Oração do Pai Nosso na prece: “Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu”.

Olhando minuciosamente, o Ikigai focaliza unicamente nossa vontade, mas ao reconhecer que a vontade divina precede, tudo muda!

Esse insight reverberou em mim. E agora, como proceder?

Ao refletir sobre minha trajetória, percebo que, apesar das adversidades e reviravoltas indesejadas, estou progredindo rumo ao cerne do conceito de Ikigai.

Nesse processo de autoanálise, compreendo hoje que me afastei da vontade divina quando, diante das adversidades, com meu orgulho ferido, reclamava: “Por que isso está acontecendo comigo meu Deus?”.

Mas vejamos, ponderando bem, se eu fosse perfeito, poderia fazer tal reivindicação, como não sou, o que me torna especial ao ponto de merecer ser poupado da infelicidade?

Era teimoso, orgulhoso e relutante em aprender com as lições que a vida me apresentava. Essas atitudes me afastavam da vontade divina. Embora meu caminhar apontasse para um futuro promissor, adotava uma abordagem equivocada.

Hoje, compreendo que a verdadeira aceitação reside em reconhecer e abraçar as circunstâncias da vida como são, mesmo desafiadoras e, por vezes, dolorosas.

A cada revés, não importa quão indesejado, surge oportunidade para reconhecer fraquezas e aprender com elas. É a chance de deixar o orgulho de lado e abraçar a humildade. Nesse ato, estou em verdadeira dignidade.

Hoje, ao contemplar o conceito do Ikigai, acrescento apenas uma nota:

“A vontade de Deus está em toda parte. Atuando no modo errado de aceitação, não a reconhecemos. Sintonizados com a vontade divina, abraçamos cada experiência com humildade e nos aproximamos do Ikigai.”