O Medo como Reflexo Interno – Como Ele Bloqueia a Criatividade
A borboleta temerosa
Uma borboleta estava presa em seu casulo. Ela sabia que era hora de voar, mas hesitava. Pensava em tudo que poderia dar errado: “E se minhas asas não funcionarem? E se eu cair?”. Foi então que algo dentro dela sussurrou: “O casulo te protegeu, mas ele não é seu destino. Você nasceu para o voo.”
Com essa coragem inesperada, a borboleta rompeu o casulo. As asas tremiam ao se abrir, o coração batia forte ao se lançar no vazio. Foi difícil, mas ao abrir as asas, percebeu que o que mais temia – cair – era o que mais precisava – voar.
Histórias que Precisam Ser Reescritas
Na vida, nosso processo criativo frequentemente parece com essa história. Queremos criar, queremos voar, mas há algo que nos trava. É o medo. Ele não grita, não impede fisicamente, mas constrói paredes invisíveis que sussurram: “Não tente, porque você vai falhar.”
Essas paredes são criadas pelas histórias que contamos a nós mesmos. Não são reais, mas parecem ser. Pensamentos como “Eu não sou bom o suficiente” ou “Ninguém vai se interessar pelo que eu faço” começam como sussurros e, repetidos, se tornam muros que bloqueiam o fluxo criativo.
O medo ganha força porque acreditamos nele. Essas histórias internas refletem nossas inseguranças, nossas memórias de fracasso e, às vezes, até vozes de outras pessoas que ouvimos no passado. Elas se tornam formas que moldam como vemos o mundo – e nós mesmos. Mas, assim como foram criadas, essas histórias podem ser reescritas.
Reescrevendo Suas Paredes Invisíveis
O que acontece quando paramos de lutar contra o medo e decidimos encará-lo? Não com força, mas com curiosidade. Pergunte a si mesmo: “O que essa parede está me dizendo?” Muitas vezes, ela revela um padrão, uma crença, uma história. Talvez ela diga que você precisa da aprovação dos outros. Ou que tem medo de falhar.
A beleza de reconhecer essas paredes é que, ao fazer isso, você percebe que pode atravessá-las. Não existe um momento mágico em que elas desaparecem – mas a cada passo, elas perdem força. Você percebe que são feitas de nada além de pensamentos.
Pense naquele projeto que você nunca começou, naquela ideia que ficou na gaveta. Talvez o medo tenha contado uma história como: “Você não está pronto. É melhor esperar mais.” E você acreditou. Mas a verdade é que ninguém está completamente pronto. A criatividade não exige perfeição – ela só pede que você comece.
Como a borboleta, todos nós temos momentos de romper casulos. Não é confortável. Não é fácil. Mas é o que nos leva ao voo. Então, olhe para essas paredes invisíveis, escute as histórias que elas contam e, com coragem, comece a reescrevê-las.
Afinal, não é o medo que define seu voo, mas a sua decisão de abrir as asas.
Escrito por @jamesvasques
Publicitário, copywriter. Escreve sobre criatividade, autoconhecimento e comunicação.
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