Há um ano, sofri uma crise de gota, uma dolorosa inflamação nas articulações causada pelo excesso de ácido úrico decorrente de problemas renais.

A intensidade da dor nessa crise é comparável à das pedras nos rins ou até mesmo ao parto. No meu caso, a dor era tão insuportável que até mesmo o peso de um lençol me dava aflição quando colocado sobre a área afetada.

A agonia chegou a um ponto em que me vi incapaz de escrever ou pensar num planejamento para meu projeto. Pela primeira vez na vida, me preocupei com a possibilidade de ficar incapacitado.

Esse acontecimento me forçou a interromper todas as minhas atividades e refletir sobre a direção que estava tomando na vida, incluindo minhas escolhas e o ritmo acelerado de trabalho adotado nos últimos anos.

Com tratamento médico, iniciei uma jornada pessoal de emagrecimento, mudança na alimentação e valorização da qualidade do sono. No entanto, o aprendizado mais significativo foi desenvolver uma nova mentalidade, pois percebi que minha antiga forma de pensar estava me adoecendo. Aprender a relaxar tornou-se essencial.

Hoje, sinto-me bem e revigorado! Desde então, encaro com desconfiança os movimentos que promovem mensagens do tipo “Trabalhe enquanto eles dormem” ou mesmo, movimentos que culpabilizam aqueles que buscam apenas um breve descanso durante o expediente.

Ao parar de lutar contra o ritmo natural do meu corpo e abandonar a competição nessa corrida imaginária criada em torno do desempenho, descobri uma nova forma de me harmonizar com meu poder criativo e uma maior capacidade de escrever com autenticidade, fluidez, clareza e intenção.

Como diz uma famosa frase: “Na maioria das vezes, não precisamos de um novo caminho, mas de uma nova maneira de caminhar”.