O Maior Inimigo da Sua Criatividade: Como Silenciar a Autocrítica Excessiva

Escrevi um texto. Um bom texto. Ou pelo menos foi o que pensei quando terminei. Mas antes de entregá-lo à professora, reli uma, duas, dez vezes. Algo parecia fora do lugar. Mudei palavras, reorganizei frases, tentei aperfeiçoar cada detalhe. Ainda assim, não parecia certo. Então, deixei de lado.

No dia seguinte, tentei de novo. Ajustei aqui e ali, mas a sensação continuava. Isso ainda não está bom o suficiente. No terceiro dia, apaguei tudo. Comecei do zero. Quando finalmente levei a redação para a professora, ela pegou sua caneta vermelha e riscou metade do texto. Disse para reescrever. Fiz isso. Outra vez.

Por mais que eu me esforçasse, nunca parecia ser suficiente. E então, algo se quebrou dentro de mim: a crença de que minha escrita podia ser boa o bastante.

Desde cedo, aprendemos que errar tem um preço. Na escola, os erros eram destacados em vermelho, evidenciados como algo a ser corrigido. O tempo passa e essa lógica se infiltra em nossa mente. Criamos algo e, antes mesmo de permitir que exista, começamos a procurar falhas. A autocrítica se instala não como um guia para melhorar, mas como um filtro que sufoca.

Ela diz que não estamos prontos. Que precisamos revisar mais um pouco. Que é melhor esperar. E, assim, cada ideia passa por um tribunal interno onde dificilmente é aprovada.

Mas quem disse que criatividade tem que vir polida? Quem disse que precisa estar perfeita para ser válida?

Grande parte da nossa autocrítica vem da necessidade de conformidade. Queremos que nosso trabalho seja aceito, valorizado, admirado. E, no caminho, esquecemos que inovação não nasce do que já foi aprovado antes. Se seguimos apenas o que parece seguro, perdemos a chance de descobrir algo verdadeiramente novo.

Quantas ideias brilhantes nunca viram a luz do dia porque alguém pensou não está bom ainda? Quantos textos foram apagados antes mesmo de serem lidos? Quantos projetos ficaram guardados porque talvez precisem de mais ajustes?

Criar é um processo. E a única maneira de evoluir é se permitindo começar. Então, da próxima vez que sua autocrítica tentar te convencer de que ainda não está bom, tente algo diferente: deixe existir assim mesmo.

O que realmente limita a criatividade não é a falta de talento. É a falta de permissão para errar.

Escrito por

Publicitário, copywriter. Escreve sobre criatividade, autoconhecimento e comunicação.

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