Manual do Copywriter – Como Contratar

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(Bônus) Caso você precise cancelar a prestação de serviços

Em determinadas circunstâncias, pode tornar-se necessário reconsiderar ou cancelar a prestação de serviços de copywriting, e recomendo aqui que o processo seja conduzido com respeito, clareza e aderência aos termos previamente acordados.

Em algumas situações, apenas o acerto de contas e financeiros é o suficiente para encerrar a relação, em outros casos, onde o copywriter tem um alto envolvimento com o projeto, muitas vezes, sugiro que negocie no encerramento um apoio para a transição para nova equipe. Isso é benéfico tanto para o contratante quanto para o contratado.

Enquanto escrevia este manual foi desaconselhado a escrever sobre este capítulo, pois ‘agregaria um pesar’ que poderia tocar em pontos desagradáveis e passar uma mensagem que ‘jogaria contra a minha imagem e posicionamento’.

Todavia, se ocultasse esse capítulo, não estaria sendo completamente honesto, sincero e transparente com você leitor. Quero que esse manual reflita ao máximo a realidade que toca contratantes e contratados.

Identificando Sinais de Inconformidade

Vejamos como identificar sinais de inconformidade, comunicá-los eficazmente e proceder ao cancelamento de forma justa.

Desalinhamento Persistente: Apesar de feedbacks construtivos e tentativas de ajuste, o trabalho entregue continua não atendendo aos requisitos ou expectativas estabelecidas no briefing.

Falha na Comunicação: Dificuldades constantes na comunicação com o copywriter, incluindo atrasos significativos nas respostas ou na entrega do trabalho.

Incapacidade de Cumprir Prazos: Falhas reiteradas no cumprimento de prazos acordados, afetando o cronograma do projeto.

Qualidade Declinante: Uma redução notável na qualidade do trabalho entregue ao longo do tempo.

Comunicando a Inconformidade 

Identificação do Problema: Comece identificando claramente a raiz do conflito. Uma comunicação aberta e honesta é essencial para entender as perspectivas de ambas as partes.

Documentação: Mantenha um registro das comunicações e tentativas de ajuste, incluindo feedback específico fornecido ao copywriter.

Expressão de Preocupações: Encoraje a expressão aberta de preocupações e expectativas, garantindo que ambas as partes se sintam ouvidas e compreendidas.

Resolução de Conflitos

Foco em Soluções: Em vez de se concentrar em culpas, trabalhe em conjunto para encontrar soluções criativas que atendam às necessidades de ambos.

Comunicação Clara: Informe os problemas de forma clara e objetiva, utilizando exemplos específicos e referindo-se aos termos do contrato, quando aplicável.

Prazo para Ajustes: Forneça um prazo razoável para correções e observe se há melhoria.

Terceira Parte Neutra: Se o conflito persistir, considere a mediação por uma terceira parte neutra. Um mediador pode ajudar a facilitar a discussão e oferecer uma perspectiva externa objetiva.

Revisão de Acordos: Revisite os termos do contrato ou acordo inicial para clarificar obrigações e direitos, usando-os como base para a negociação.

Prevenção de Conflitos Futuros

Aprendizado: Use o conflito como uma oportunidade de aprendizado. Identifique lições que podem ser aplicadas para prevenir situações semelhantes no futuro.

Atualização de Processos: Considere atualizar processos de trabalho, comunicação e revisão para refletir os insights ganhos durante a resolução do conflito.

Cancelando a Prestação de Serviços

Referência ao Contrato: Baseie a decisão de cancelamento nos termos acordados no contrato, especificamente nas cláusulas que tratam de cancelamento e rescisão.

Notificação Formal: Comunique a decisão de cancelar o serviço formalmente, preferencialmente por escrito, respeitando os prazos de aviso prévio estabelecidos no contrato.

Discussão sobre Pagamento: Discuta de forma aberta a compensação pelos serviços já prestados até o momento do cancelamento. Mesmo em casos de cancelamento, é ético considerar o pagamento por trabalho já realizado, especialmente se parte do serviço foi de fato concluída e entregue.

Pagamento por Serviços Prestados

Trabalho Parcialmente Utilizável: Em casos onde o trabalho entregue é parcialmente alinhado com os objetivos do projeto, um pagamento proporcional pode ser considerado justo.

Falha em Atender Expectativas Básicas: Se o trabalho entregue não atende às expectativas mínimas estabelecidas e não pode ser utilizado de forma alguma, discuta abertamente a possibilidade de ajuste ou redução no pagamento.

Respeito aos Termos Contratuais: O pagamento final deve sempre respeitar os termos acordados no contrato, considerando qualquer trabalho já realizado e a natureza da inconformidade identificada.

O cancelamento da prestação de serviços é uma decisão significativa e deve ser tratada com a devida seriedade e respeito mútuo. O objetivo é assegurar que ambas as partes sejam tratadas de forma justa, mantendo a profissionalidade e, sempre que possível, preservando uma relação cordial para futuras colaborações.

Uma das pedras angulares de uma colaboração ética e respeitosa entre contratantes e copywriters é o reconhecimento e a compensação justa pelo trabalho realizado. 

É fundamental compreender que, ao contratar um copywriter, você está pagando pela expertise, tempo e esforço dedicados ao seu projeto, independentemente de sua decisão final sobre a utilização do conteúdo produzido.

A criação de conteúdo envolve pesquisa, estratégia, criatividade e a execução de ideias em texto. Quando um copywriter entrega um trabalho que atende às especificações acordadas no briefing, ele cumpriu sua parte do contrato. 

Decidir não usar o conteúdo produzido — seja por insatisfação com o resultado, mudanças de direção no projeto ou hesitação quanto à ideia de divulgação — não invalida o esforço e o profissionalismo empregados na tarefa.

Respeitar acordos financeiros e pagar por todos os serviços prestados é essencial para manter relações profissionais sólidas e duradouras. 

Este princípio não apenas reflete integridade e respeito pelo trabalho do outro, mas também fortalece a confiança mútua, essencial para colaborações futuras.

Para minimizar a possibilidade de insatisfação com o conteúdo entregue, é importante estabelecer expectativas claras desde o início, detalhando o escopo do projeto, os objetivos e as diretrizes específicas no briefing. Feedback construtivo e comunicação aberta durante o processo de criação podem ajudar a alinhar visões e ajustar o conteúdo conforme necessário.

Contratos e acordos claros, detalhando escopo do trabalho, prazos, processos de revisão e termos de pagamento, são fundamentais para evitar desentendimentos. Certifique-se de que ambos os lados entendam e concordem com os termos antes de iniciar o projeto.

Sobre Impasses

Agora, abordarei um aspecto que transcende os termos de qualquer contrato e no combinado entre as partes: os valores, a ética e o respeito mútuo entre as partes envolvidas.

Em tempos de prosperidade, nossos valores e o que fundamenta nossa ética interna não são testados em sua totalidade. Porém, é nos momentos de desafio que a integridade de um contratante e contratado é verdadeiramente testada.

Quando os resultados não atendem às expectativas, surgem tentações de recorrer a justificativas fora do acordo inicial para evitar responsabilidades financeiras.

Até este momento, espero que você tenha uma compreensão mais profunda de todos os elementos que compõem essa relação. Com isso em mente, vou introduzir um novo assunto, com a esperança de que ele possa orientá-lo a tomar decisões mais acertadas. 

Para ilustrar, permita-me compartilhar uma história.

Em uma ocasião, fui procurado por um profissional que, apesar de estar em um período de crescimento profissional, vivenciava um momento difícil em sua vida pessoal. 

Decidi conceder meus serviços para ele, propondo condições de pagamento flexíveis, incluindo um valor inicial reduzido e parcelas ajustáveis. Essencialmente, adaptei meu fluxo de caixa para apoiá-lo em sua trajetória.

Após a assinatura do contrato e a entrega do serviço conforme acordado, ele efetuou o pagamento das duas primeiras parcelas. Contudo, como não alcançou os resultados financeiros esperados com a campanha, teve dificuldades em pagar as parcelas seguintes.

Nesse ínterim, enfrentou desafios pessoais significativos, incluindo a entrada em um processo de divórcio, mudança de residência, entre outros contratempos.

Diante de sua situação, embora esse cliente tivesse débitos em aberto comigo, tinha empatia por ele, e inclusive, nutria em mim disposição para apoiá-lo não apenas em termos financeiros, mas também oferecendo serviços adicionais como cortesia, na esperança de aliviar parte de seu fardo. Meu objetivo era facilitar um caminho para ajudá-lo a superar esse período desafiador.

No entanto, a reação dele diante do meu meu pedido de posicionamento não foi como esperado. 

Em vez de aproveitar a oportunidade para buscar soluções conjuntas, ele escolheu confrontar a situação com hostilidade, questionando não só o valor do trabalho realizado, mas também a integridade do acordo que havíamos firmado.

Ele recusava-se em encarar os desafios de uma maneira construtiva, dificultando qualquer tentativa de resolução positiva.

Ou seja, por nutrir uma profunda ingratidão dentro de si, ele perdeu uma oportunidade que estava diante dele e tomou uma via secundária para a resolução do conflito.

Destaco aqui que, essencialmente, é preciso tomar cuidado com os sentimentos que nutre dentro de si, pois esses sentimentos podem levar você para um caminho mais difícil. Além do mais, é importante manter uma postura ética e respeitosa, independentemente das circunstâncias.

Em momentos difíceis, é fundamental reconhecer as dificuldades enfrentadas por ambas as partes e buscar soluções que honrem os compromissos assumidos, mantendo sempre a comunicação aberta e honesta.

Encarar impasses com maturidade e disposição para encontrar caminhos alternativos é essencial. Assumir responsabilidades, expressar desafios de forma transparente e estar aberto a negociações são práticas que fortalecem a relação profissional, mesmo diante de adversidades.

Lembrar que, no universo dos negócios, uma abordagem ética e compreensiva não apenas facilita a superação de obstáculos, mas também contribui para a construção de relações duradouras e confiáveis.

Baseando-me em experiências pessoais que me motivaram a escrever este manual, gostaria de oferecer uma orientação caso você enfrente dificuldades emocionais ou financeiras, ou mesmo, ‘quebre no processo’. 

Primeiramente, é essencial buscar apoio, cuidar da sua saúde emocional e trabalhar no seu desenvolvimento pessoal. Adiar essa abordagem pode prolongar desnecessariamente seu período de dificuldades.

Caso enfrente estes desafios, minha recomendação é adotar uma atitude proativa em relação à sua situação. O primeiro passo é reconhecer suas obrigações e comprometer-se a resolvê-las com todos os seus credores.

Embora eu pratique a compaixão ao cobrar dívidas, entendo que nem todos os credores compartilham dessa postura. Você pode se deparar nesse percurso com cobranças severas e até hostilidade, ouvindo palavras duras como “Você é irresponsável, pague o que deve agora, seu vagabundo!”.

Mesmo diante de uma recepção negativa, aconselho manter uma comunicação constante com o credor. Informe-o semanalmente sobre o reconhecimento da dívida e as ações que está tomando para quitá-la. ( E não é exagero quando menciono a abordagem semanal) 

Essa abordagem, mantida ao longo das semanas, tende a abrir espaço para o credor considerar novas formas de auxílio, seja por meio da oferta de novos serviços ou da indicação de potenciais clientes para gerar a receita necessária ao pagamento.

No mundo dos negócios, essa postura transparente e humilde geralmente resulta em apoio, diferentemente do que acontece quando se adota uma postura defensiva ou negativa. 

A atitude errada pode deixá-lo estagnado por anos, enquanto uma abordagem correta e baseada em humildade e gratidão pode resolver a situação em meses. É tudo uma questão de adotar a postura certa diante das adversidades.

E tudo isso, para evitar a judicialização sobre os impasses.

Sobre a judicialização de disputas

A judicialização de disputas relacionadas à prestação de serviços de copywriting deve ser vista como uma medida extrema, a ser evitada sempre que possível. No entanto, em determinadas circunstâncias, pode ser o único caminho para resolver questões não solucionadas por meios de comunicação e negociação. Vejamos as implicações de levar um caso ao sistema judicial:

Custos Financeiros: A judicialização geralmente envolve custos significativos, incluindo honorários advocatícios, taxas judiciais e possíveis custos de indenização. Esses gastos podem ser substanciais, independente do resultado final do processo.

Tempo: Processos judiciais podem se estender por meses ou até anos. O tempo dedicado ao litígio é tempo desviado da gestão e do crescimento do seu negócio.

Reputação: Disputas legais podem impactar negativamente a reputação de ambas as partes, afetando a confiança de clientes, parceiros e potenciais colaboradores.

Relações Profissionais: Uma vez que uma disputa chega ao sistema judicial, qualquer chance de preservar uma relação profissional futura entre as partes é praticamente eliminada.

Resolução de Impasses: Em casos onde a negociação falha, a decisão judicial fornece uma resolução definitiva para o conflito, podendo garantir o recebimento de pagamentos atrasados ou compensações devidas.

Precedente Legal: Vencer um caso pode estabelecer um precedente legal que protege o contratante ou o copywriter em disputas futuras, clarificando os termos de contratação e os direitos de ambas as partes.

Validação de Direitos: Para a parte lesada, a decisão judicial a seu favor valida que seus direitos, conforme estabelecidos no contrato, foram desrespeitados, oferecendo um senso de justiça.

Antes de optar pela judicialização, considere todas as alternativas possíveis:

Mediação: Busque um mediador profissional para facilitar um acordo mutuamente benéfico.

Arbitragem: Um árbitro pode ser designado para emitir uma decisão vinculativa, geralmente de forma mais rápida e menos custosa que o litígio tradicional.

Acordo Direto: Faça um último esforço para negociar diretamente com a outra parte, potencialmente com a assistência de advogados, mas sem a intenção de ir a julgamento.

Concluindo, embora a judicialização possa ser uma ferramenta para solucionar disputas irresolúveis por outros meios, suas implicações devem ser cuidadosamente ponderadas. 

As perdas potenciais – financeiras, de tempo, reputacionais e relacionais – muitas vezes superam os ganhos. Portanto, esforços devem ser direcionados para evitar disputas e, quando surgirem, buscar resolvê-las de maneira amigável ou através de métodos alternativos de resolução de conflitos.